Floresta Amazônica: campo de guerra ou templo de cura?

A Floresta Amazônica é especial por muitos motivos. Ela não é apenas o nosso lar, mas também de milhares de espécies ancestrais e é crucial para o equilíbrio climático global, ajudando a capturar carbono e a produzir oxigênio.

Porém o ser humano parece viver uma guerra contra a natureza, destruindo ativamente ele está cada vez mais distante da floresta. Mas toda ação existe uma reação.

Quais alternativas temos? Existem formas de explorar a floresta sem destrui-la?

O que torna essa floresta especial

A Floresta Amazônica é um grande mistério, cheio de vida e histórias a serem descobertas. É o lar de povos indígenas que carregam sabedoria ancestral e milhões de espécies de plantas e animais.

Porém, seu papel global vai além dessa diversidade — a Amazônia é fundamental para a regulação climática e a produção de oxigênio, como destaca o estudo de Malhi et al. (2008)¹.

Esta floresta é um grande sistema de captura de carbono, ajudando a reduzir os impactos das mudanças climáticas ao absorver grandes quantidades de dióxido de carbono.

Mas há algo além da função ecológica que torna a Amazônia especial: o espírito da floresta cura, de diversas formas e quanto mais próximos da floresta, mais sentimos essa energia.

A ciência tem tentado explicar isso, como os estudos de Satyawan et al. (2022)². Ele sugere que o simples ato de estar na floresta trás melhoras na saúde física, redução do estresse e bem-estar mental. É como se nosso corpo sentisse que está em seu ambiente natural, uma sensação de pertencimento em nosso DNA. 

Como você imagina o futuro?

Mas mesmo com tantos benefícios claros que a floresta tráz para a vida, ainda enfrentamos uma “guerra” contra a floresta. Esse paradoxo é alarmante: a Amazônia, que sustenta a vida e saúde da Terra, está sendo destruída por interesses imediatistas.

A pressão econômica, movida principalmente pela expansão industrial e agrícola, tem queimado e desmatado vastas áreas da floresta. O estudo de Albert et al. (2023)³, mostra que essa destruição está mais rápida do que anteriormente, ameaçando a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos essenciais.

Enquanto isso o ser humano se distancia cada vez mais da floresta, vivendo em centros urbanos desconectados da natureza.

Um mundo completamente artificial que não respeita a natureza humana. Não faz sentido, e a consequência disso são as doenças e transtornos que começam a surgir.

O estudo de Bell & Thompson (2014)⁴ mostra como áreas verdes urbanas ajudam a controlar a poluição, reduzem a temperatura e oferecem espaços para atividades físicas, além de promoverem uma sensação de bem-estar.

O futuro está em nossas mãos

A verdade que não queremos ver é que a guerra não é contra a floresta, mas contra nós mesmos. Nossas ações imediatistas ignoram a conexão entre o ser humano e a natureza.

Devemos imaginar um futuro onde o ser humano não apenas proteja a floresta, mas se aproxime dela como um templo de cura, aceitando, amando e reconectando-se com a vida. 

Estudos como o de Divino & McAleer (2009)⁵ mostram que o turismo sustentável oferece um caminho alternativo para o desenvolvimento econômico da Amazônia, preservando sua integridade ecológica e cultural.

Após anos de exploração, uma troca justa, onde os povos originários e protetores dessa floresta são fortalecidos e os visitantes que vem até aqui têm sua vida transformada em uma experiência espiritual ancestral. 

Um trabalho em defesa da vida, começando em nível individual, mas em direção ao coletivo. Uma semente de cada vez.

Referência bibliográfica:

  1. Climate Change, Deforestation, and the Fate of the Amazon” (Malhi et al., 2008)
  2. The Role of Forest Therapy in Promoting Physical and Mental Health: A Systematic Review” (Satyawan et al., 2022)
  3. Human Impacts Outpace Natural Processes in the Amazon (Albert et al., 2023)
  4. Human Engagement with Forest Environments: (Bell & Thompson, 2014).
  5. Sustainable Tourism and Wellness: (Divino & McAleer, 2009).

Sentiu o chamado?

Recebemos grupos na Aldeia Yawarani que desejam se reconectar com a essência humana, curar traumas e doenças através das práticas espirituais do povo Yawanawá.

O próximo retiro será dia 28 de dezembro até 04 de janeiro 2024/25, preencha o formulário a seguir para saber mais detalhes.

Informe-se

Hoje, a ciência está reconhecendo o que nós, povos indígenas, já sabemos há séculos. Ayahuasca é uma poderosa ferramenta de cura emocional e espiritual, ajudando a ver antigos padrões sob uma nova perspectiva, ressignificando traumas e aliviando ansiedade, depressão e trazendo sabedoria espiritual.

Porém, essa medicina, usada por nossos ancestrais, vai além da bebida. As cerimônias são ancoradas em tradições culturais passadas de geração em geração. Nossos pajés passam por longos processos de preparação para guiar esse processo de cura.

Portanto, escolha bem com quem você trabalha. Para saber mais, minha equipe preparou um resumo com base em estudos científicos. [Clique aqui para ler].

Nós, povos indígenas, fomos peça chave no desenvolvimento da floresta, assim como ela foi para o nosso. Cuidamos ativamente da terra, cultivando plantas em equilíbrio com a natureza. Somos um só.

Porém, hoje em dia, isso mudou. Não basta mais cuidar da floresta e viver em harmônia, também nós preocupamos em protegê-la ativamente de ameaças diretas e indiretas, como o desmatamento e a exploração ilegal.

Por tanto tivemos que nós adaptar e adotar novas práticas junto com nossos parceiros externos, porém o propósito continua o mesmo. Caso queira se informar melhor, minha equipe preparou um resumo de alguns estudos científicos que aprofundam no assunto [Clique aqui para ler].